terça-feira, 12 de outubro de 2010

As aparências enganam

Num orfanato, igual a tantos outros que estão por toda parte, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade. Era uma criança lamentavelmente sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras, e francamente rejeitada pelos professores.

Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento. Ninguém para brincar, ninguém para conversar... Sem carinho, sem afeto, sem esperança... Sua única companheira era a solidão. O diretor do orfanato aguardava ansioso por uma desculpa legítima para livrar-se dela. E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa.

A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.
- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore. O diretor e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.

Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior. E, somando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes mostrar a prova do crime. Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção à árvore na qual estava colocada a mensagem. De fato, lá estava um papel delicadamente colocado entre os ramos. O diretor abriu, ansioso, o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão desagradável aos seus olhos.

Todavia, para seu desapontamento e remorso, no pedaço de papel um tanto amassado, pôde ler a seguinte mensagem: "A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu gosto de você." Os três investigadores ficaram tão decepcionados quanto surpresos com o que leram.

Decepcionados porque perderam a oportunidade de livrar-se da menina indesejável, e surpresos porque perceberam que ela era menos má do que eles próprios. Quantos de nós costumamos julgar as pessoas pelas aparências, embora saibamos que estas são enganadoras.

E o pior é que, se as aparências não nos agradam, marcamos a pessoa e nos prevenimos contra ela e suas atitudes. Confesso que já fui julgada, como também já julguei, e muitas coisas aconteceram para que eu aprendesse a "lição". Percebi que quando julgava nada me era acrescentado, a não ser, um peso a mais na consciência...adiantou julgar? Respondo que não!

Não perca tempo julgando as aparências, se preciso for construa tempo conhecendo mais as pessoas que estão à sua volta. Além de conhecê-las, verás o quanto perdeu tempo julgando o que apenas seus olhos viam...

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