Todos conhecem bem a história. Jesus estava ensinando o povo, quando lhe trouxeram uma mulher acusada de adultério. Aqueles religiosos cruéis que a acusavam sabiam que Jesus andava com um papo muito esquisito de perdão. Era uma ótima oportunidade para apanhá-lo em contradição, pois, de acordo com a lei, aquela mulher deveria ser apedrejada. Além disso, só o próprio Deus poderia lhe perdoar os pecados.
Jesus pareceu fazer pouco caso da situação, mas, ao insistirem, o Mestre autorizou que aquele que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra. Ele não disse que só os perfeitos poderiam apedrejá-la. Disse que o perfeito deveria ser o primeiro. Depois então que este atirasse a primeira pedra, qualquer um, santo ou não, poderia participar da execução.
Mas o Filho de Deus sabia que isso era pedir demais. Sabia que alguns dos que estavam ali querendo participar da execução sumária já haviam se deitado com aquela mulher. E os fariseus eram maus, mas não eram bobos. Todos sabiam que eram miseráveis pecadores. Apenas mantinham uma capa de santidade. Então todos, a começar pelos mais experientes, mais vividos, foram embora.
Aquela mulher poderia aproveitar a oportunidade e fugir. Mas ela sabia que Aquele que estava diante dela não tinha pecado. Ele poderia, portanto, apedrejá-la. Mas sabia também que poderia perdoá-la. Imagino que ela tenha ficado ali, parada diante do Mestre, esperando o que mais Ele poderia dizer. Mas a mulher recebeu o perdão: “Eu também não te condeno. Vai-te e não peques mais”.
Nessa história, todos, à exceção de Jesus, eram pecadores. Mas estavam de dois lados diferentes: de um lado, os acusadores, do outro, a acusada. Também hoje podemos escolher em qual time jogar, se daqueles que cobrem suas falhas e costumam acusar os outros, ou da confraria dos arrependidos, perdoados e agraciados
15. QUANDO AMANHECE O DIA?
Um rabino perguntou ao seu discípulo numa reunião de culto:- Você sabe dizer quando é que acaba a noite e começa o dia?
Quase sorrindo diante dessa pergunta aparentemente ingênua, respondeu:- Ora, Mestre, é muito simples. Quando os primeiros raios da aurora começam a clarear o horizonte...
- Só isto?- Quando já se puder distinguir entre o vulto de um arbusto e de uma pessoa...- O que mais?- Quando...
O rapaz começou a titubear. O semblante do rabino continuava interrogador. Ele completou:
- A noite cede lugar ao dia quando a gente consegue ver a imagem do irmão no rosto dos outros. Mais ainda: Quando a gente percebe no irmão a imagem de Jesus. Enquanto não enxergarmos no próximo a imagem do irmão e do Cristo, ainda é noite dentro de nós.
Palavra de vida: Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos amar-nos uns aos outros...(1Jo,4-11)
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